a Alexandre Faria
A ponte que liga um membro,
das pontes que são sentimento
e os membros ligados a outros,
de outros que voam ao relento.
No vento que deixa saudade,
que bate e leva uma parte,
que parte pra longe co´vento,
que brinca de una-e-separe.
Da volta do membro distante
no encontro do abraço apertado
O aperto que dá no meu peito,
eu peito e ando sem lado.
Mas nunca no mundo esqueço
do abraço que um dia me deu,
do vento que leva saudades
do membro, da vida, do adeus.
A arte é a prova de que a vida não basta!
domingo, 23 de janeiro de 2011
domingo, 16 de janeiro de 2011
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Isaías 9, Teresópolis 130*
"E um menino nos nasceu, e o governo está sobre o seus ombros", e o desespero gera a esperança, e no desespero nasce a esperança:
Quando as casas já estavam caídas, quando os sepulcros cheiravam a metros de distância, quando o mundo parecia acabar, e pra algumas pessoas ele acabou - e o mundo humano é a percepção da existência - quando essa mesma percepção e essa mesma existência se findaram, uma jovem sem marido deu a luz. E quando a cidade estava cheia e em caos, na grama do campo de futebol (no país do futebol), uma jovem sentia dores de parto, e a cidade sentia dores de partidas, e um país sentia dores de injustiças, e o mundo era cheio de injustiças.
Quando um menino falou que o mundo parecia estar acabando, vários laços acabaram, vários lares acabaram e várias vidas acabaram. A água da vida desceu e a terra desceu junto dela, e os olhos desceram junto, e as lágrimas caíram junto e as casas caíram juntas e um país caiu junto. E tudo isso se repete todo ano, num país que sempre é o país do futuro, e essa frase sempre é falada todo ano, e esse país se repete todo ano, só os alunos que repetem não repetem. A multidão com fome será alimentada por mensais messias da pobreza.
E o menino não foi anunciado a jovem, não sei se o pai não sei se o filho.
*esse texto foi inspirado pelas tragédias na região serrana do estado do rio de Janeiro; e pelo fato de uma jovem de apenas 15 anos ter entrado em trabalho de parto durante os resgates, sendo socorrida em um campo de futebol pelo helicóptero de uma emissora de tv.
Quando as casas já estavam caídas, quando os sepulcros cheiravam a metros de distância, quando o mundo parecia acabar, e pra algumas pessoas ele acabou - e o mundo humano é a percepção da existência - quando essa mesma percepção e essa mesma existência se findaram, uma jovem sem marido deu a luz. E quando a cidade estava cheia e em caos, na grama do campo de futebol (no país do futebol), uma jovem sentia dores de parto, e a cidade sentia dores de partidas, e um país sentia dores de injustiças, e o mundo era cheio de injustiças.
Quando um menino falou que o mundo parecia estar acabando, vários laços acabaram, vários lares acabaram e várias vidas acabaram. A água da vida desceu e a terra desceu junto dela, e os olhos desceram junto, e as lágrimas caíram junto e as casas caíram juntas e um país caiu junto. E tudo isso se repete todo ano, num país que sempre é o país do futuro, e essa frase sempre é falada todo ano, e esse país se repete todo ano, só os alunos que repetem não repetem. A multidão com fome será alimentada por mensais messias da pobreza.
E o menino não foi anunciado a jovem, não sei se o pai não sei se o filho.
*esse texto foi inspirado pelas tragédias na região serrana do estado do rio de Janeiro; e pelo fato de uma jovem de apenas 15 anos ter entrado em trabalho de parto durante os resgates, sendo socorrida em um campo de futebol pelo helicóptero de uma emissora de tv.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
2º
saudade da vida que era simples
da vida que era assim:
de cadim em cadim
de rizim em rizim
pra parar logo aqui
pra sentir saudades de mim...de você
e se alguém lê?
gostar disso e reter?
olha pra trás e vê
a saudade simples...
da vida que era assim:
de cadim em cadim
de rizim em rizim
pra parar logo aqui
pra sentir saudades de mim...de você
e se alguém lê?
gostar disso e reter?
olha pra trás e vê
a saudade simples...
sábado, 8 de janeiro de 2011
1º
Sonhos não envelhecem,
homens são limitados,
a vida era pra ser infinita,
mas
no único sono sem sonhos
os mortos vivem,
as saudades vibram,
os choros vêem
o "v" que era de valor
e não de vingança.
ser o que, quando?
grão demais pra vestir o sol,
provar o sal do mundo,
espantar o mau
e não ser igual.
as vontades ficam,
o olhar se fecha,
a voz se esquece,
somos imagens em paredes
nas estantes,
na mesinha de centro
comprada com tanto suor.
Ao pegar a foto
alguém vai rir chorando;
quem era? diz o estranho.
sem medo de acabar com isso:
os meus sonhos morrem comigo...
homens são limitados,
a vida era pra ser infinita,
mas
no único sono sem sonhos
os mortos vivem,
as saudades vibram,
os choros vêem
o "v" que era de valor
e não de vingança.
ser o que, quando?
grão demais pra vestir o sol,
provar o sal do mundo,
espantar o mau
e não ser igual.
as vontades ficam,
o olhar se fecha,
a voz se esquece,
somos imagens em paredes
nas estantes,
na mesinha de centro
comprada com tanto suor.
Ao pegar a foto
alguém vai rir chorando;
quem era? diz o estranho.
sem medo de acabar com isso:
os meus sonhos morrem comigo...
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